
Desde os sete anos quando congreguei numa igreja pela primeira vez, na “igreja” batista em João Vaz em Goiânia era muito claro para mim que “igreja” era uma lugar, desde pequeno eu já concebia que tinha que ir à igreja para ouvir Deus e se não fosse estaria sem a proteção e totalmente vulnerável aos ataques do diabo. Lembro que nesta mesma época enquanto estava num domingo a noite sozinho em casa, porque tinha me recusado em ir à “igreja”, enquanto brincava no quarto vi uma sombra na parede que para mim era o próprio diabo... Resultado... Não faltei mais as reuniões da igreja e todos que souberam da minha visão assombrada reforçaram a idéia de que somente indo à igreja eu ficaria livre e protegido das investidas do diabo.
Dez anos se passaram e aos dezessete anos tendo passado também pela “igreja” batista do SPL em Goiânia e agora na “igreja” batista em Urias Magalhães aonde sou membro até hoje e esse hoje significa somar mais dezessete anos aos dez últimos, vejo uma “igreja” extremamente frágil e confusa na sua razão de existir a começar pela sua juventude que só é viva se for ativa, o que significa encontros regulares e vibrantes cheios de dinâmicas e mensagens penetrantes bem ilustradas e curtas, muita música, coreografia, teatro, festas rave, indor, acampamentos e congressos. Programas e atividades que tem o intuito de reafirmar que a “igreja” é o melhor lugar para ficar, isto é, um fim em si mesmo. Por outro lado existe os líderes da “igreja” que à organizam para que tudo continui funcionando bem, esses que já foram provados pelo tempo e atingiram a maturidade nos deram Ata, Estatuto, Regimentos Internos, CNPJ, um Livro Caixa e ainda um Conselho Fiscal, tudo isso com o objetivo da transparência e da austeridade.
Olhando todos esses adereços que a chamada “igreja” ganhou entendo o cansaço dos meus irmãos pois para manter essa roda gigante em movimento – que movimenta mais não anda – é muito louco e extremamente suicida, na verdade um tiro no pé... Ou será no coração? Pois a cada giro que essa roda dá a esperança de muitos pequeninos de Deus vão se perdendo – e nós sabemos a orientação de Jesus para tais pessoas que provocam a desesperança – aí você pode me perguntar Jesus não queria uma “igreja” organizada como essa? Quando disse à Pedro: “...Sobre essa pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela...” ?
Não, mil vezes não!!!
E para exemplificar quero utilizar o comportamento dos peixes, foi observando eles que encontrei nosso modelo perdido de ser Igreja que como peixes a cada encontro geraríamos o cardume que seria a Igreja, que morreria na margem do rio e renasceria outra no meio do mesmo rio e desfeito o encontro morreria outra vez renascendo mais adiante em qualquer lugar, pois para o cardume não haveria lugar... Somente encontros. O cardume é gerado não porque tem o dia e horário certo para acontecer, mas porque está no DNA no seu extinto natural, esses encontros não são um fim em si mesmo pois acabam pela necessidade do encontro virando alimento de outros peixes, isto é, esperança para outros que de outro modo não se manteriam e assim se mantém o ciclo da vida, que é aplicado ao animal, humano, existencial e eterno.
O cardume não se fixa, pois nada que é vivo se fixa mesmo às árvores presa as raízes voam como sementes para renascer logo adiante. Sendo assim entendo que quando Jesus falou em igreja pensou no modo de ser-cardume não ignorando o fato de que não é o cardume que alimenta o homem mais o peixe.
Gd Ney Brasil
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